12/05/2010

GUSTAVO NOLASCO E LÉO DRUMOND DE "OS CHICOS" EM MINAS GERAIS .

Depois de passaremm por Juazeiro, Casa Nova, Remanso, Sobradinho, Xique-Xique, Barra, Bom Jesus da Lapa e Carinhanha na Bahia . Agora é a o Estado de Minas Gerais que recebem OS CHICOS, já passaram pela cidade de Manga e agora estão em São Francisco, cidade do mesmo nome do Velho Chico e do Santo São Franciscano .Aqui será documentada a cultura oral das comunidades do rio São Francisco.

Mineiros de Belo Horizonte, Nolasco e Drumond percorrerão os 2.700 Km do Velho Chico, das serras de Minas até a pancada do mar. Vão buscar os "Chicos" e "Chicas" que fazem a vida de um dos mais importantes rios do mundo. Este é um espaço para todos amantes do Velho Chico participarem de suas histórias, folclore e discussões, Confira :

UMA CIDADE INTEIRA CHAMADA FRANCISCO :

Iniciamos a caminhada pelo Velho Chico com muita disposição e uma ideia maluca na cabeça. Era bater perna pelas barrancas do rio em busca de pessoas que levavam no nome o amor pelo rio São Francisco. Muitos respondem por Francisco, Francisca, Chico ou Chica em função de uma homenagem ao rio homônimo. Outros, apenas carregavam o nome como pagamento de promessa feita junto ao santo dos animais e da natureza. Já a grande maioria ganhou essa alcunha no batismo para homenagear um pai, uma mãe, um avô ou uma avó que também Francisco ou Francisca era. E foram muitas as surpresas que encontramos pelo caminho. Nunca poderíamos imaginar que as pessoas reagiriam tão bem a nossa loucura de sair procurando Chicos ou Chicas por cada cidade que passávamos. Esta aprovação dos próprios ribeirinhos pela nossa loucura fez com que se tornasse obrigação incluir em nosso roteiro não mais um personagem Chico ou Chica. Fomos ao encontro agora de uma cidade inteira chamada Francisco. E adentramos São Francisco como dois loucos felizes e sem noção de onde o devaneio iria chegar.

Nunca poderíamos imaginar que logo a cidade de São Francisco seria o lugar mais difícil de encontrar um personagem. Saímos pelas ruas à caça de alguma boa história. O primeiro com que deparamos foi um Francisco pescador, mas a delícia e sedução da cachaça mineira falaram mais alto. Ela nos tomou das mãos a mente do possível personagem. A segunda tentativa foi com Chico Biju, um vendedor de fumo que se tornou personagem folclórico na cidade. Conversamos muito sobre sua vida dedicada ao trabalho, mas ainda não era bem o que buscávamos. A terceira tentativa nos levou à Comunidade de Buriti do Meio, um quilombola encravado na zona rural de São Francisco. Um grande grupo de moradores negros que levam à frente a tradição mais do que centenária da confecção de potes de barro. A moradora mais antiga do quilombola é Chiquinha.

O tamanho da admiração que tivemos pela história da Comunidade do Buriti do Meio foi grande, mas na mesma altura da decepção que tivemos com alguns ocorridos quando da nossa passagem por lá. Com o tempo, a nossa loucura feliz se tornava uma realidade triste. Estávamos perto de deixar São Francisco sem Chico e Os Chicos sem São Francisco. Foi quando conhecemos João Francisco. Agricultor, contador de história, vendedor, mestre da Folia de Reis, vaqueiro, romeiro, fazedor de rabeca, entre outros milhares de afazeres. E foi buscando uma cidade inteira chamada Francisco que encontramos todos eles em um homem só.
“Chegamos com a esperança de encontrar vários
Franciscos...”


“...tarefa que se mostrou cansativa e difícil...”/“...mesmo quando a cidade guarda um importante capítulo da história brasileira...”

“...mas graças aos poucos heróis que toda cidade ainda tem a felicidade de contar...”/“...muitas injustiças um dia ainda poderão ser reparadas...”







“...que, muitas vezes, cai por terra...” /“...já que o fim do dia sempre nos traz a lembrança de recomeço.”

Em São Francisco rendemos homenagem a Márcio Nascimento do site http://www.saofranciscomg.com.br/ e ao padre Vicent, em nome de quem agradecemos à comunidade do bairro São Geraldo. Também deixamos nosso protesto dando um salve ao genial Galinha Tonta, mais uma vítima da escrotidão dos aproveitadores travestidos de intelectuais quem usam da boa vontade dos ribeirinhos e nada oferecem em troca; gente que acha que escrever uma reportagem ou fotografar é mais importante do que saber plantar um pé de alface (gente que tem a certeza estúpida de que é só pegar a muda de alface e cavar um buraco na terra, assim como rabiscar uma palavra num pedaço de papel ou apertar o botão de uma máquina fotográfica).

E, ao nosso parceiro Antônio Raposinha, o total reconhecimento a quem a história cultural da cidade de São Francisco ainda reservará muitas páginas .

FONTE : OS CHICOS (http://www.oschicos.com.br/ ) .



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