11/11/2010

ESTUDANTE NEGA TER RECEBIDO TEMA DE REDAÇÃO ANTES DO ENEM .

O estudante Eduardo Ferreira Affonso Júnior, de 21 anos, não esconde o nervosismo.

Chora muito, gesticula rapidamente, diz não ter conseguido dormir desde segunda-feira .


Apontado por professores e colegas como o responsável pelo vazamento do tema da redação do Enem em Petrolina (PE), onde estuda para os vestibulares de Medicina que pretende prestar, o jovem de Remanso, cidade no norte da Bahia, nega ter sido o pivô da revelação, que pode causar a suspensão do exame. 'Eu estava chegando ao local da prova (a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, Facape), por volta das 11h15, quando ouvi um grupinho conversando que o tema da redação tinha vazado em São Raimundo Nonato (PI) e que seria algo sobre trabalho e escravidão', conta o estudante .

'Tudo o que fiz foi ir a um professor perguntar sobre o tema, caso fosse verdade. Não tenho nada com isso. Tanto que, na hora de fazer a prova, vi que a informação era verdade, fiquei nervoso, mas desanimei. Pensei: 'porque vou fazer essa prova se ela vazou e depois vou ter de fazer de novo?'', afirma. 'No fim, demorei quase duas horas para fazer só a redação, que faria em menos de meia hora. Sempre escrevi bem. Sofri e continuo sofrendo com isso tudo. Queria fazer a prova de novo.' O relato de Affonso Júnior contrasta com os de alguns dos professores do Colégio Geo, que frequenta, e alguns colegas e amigos na cidade. 'Ele contou a um de nossos professores que tinha recebido um telefonema de um amigo do Piauí (de São Raimundo Nonato) dizendo que o tema seria esse', conta a diretora da escola, Simone Cerqueira Ramos Campos. 'Acho que não é coincidência, não foi um tema tão debatido este ano nas aulas. Estamos desiludidos, porque preparamos os alunos com dedicação para, no fim, haver um problema desses. O sistema é muito frágil.'.

O studante Denis Rodrigues de Sá, de 21 anos, colega de cursinho de Affonso Júnior, afirma ter presenciado a conversa dele com os professores, antes do início da prova. 'Ele falou com muita convicção, como se soubesse mesmo o tema', lembra. 'Nem foi discreto, foi na frente de todo mundo. Tanto que, rapidinho, formou uma multidão ali.' Segundo a estudante Nara Moura, de 19 anos, que se diz amiga de Eduardo, o telefonema entre uma pessoa - seria uma mulher - em São Raimundo Nonato e ele existiu. 'Não sei porque ele agora fala que não partiu dele', alega

FONTE : ESTADÃO/ Tiago Décimo .

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