30/06/2011

GERVÁSIO LIMA:" O MAIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER" !

(Por Gervásio Lima) - Ao ler um artigo de autoria do professor de história Marlon de Novaes Batista, onde ele cita características que remetem às práticas políticas da República Velha, marcada pelo mandonismo de líderes políticos que atuavam pela força que exerciam sobre seu eleitorado, não sei por que, e acredito que a maioria dos eleitores de Jacobina também não saiba, me vieram à mente lembranças da história da pujança agropecuária e comercial do município onde nasci e escolhi para criar meus filhos.

Também como historiador, costumo dizer que, para compreender o presente precisamos conhecer o passado, e nada mais real para afirmar tal conceito do que os resquícios das práticas que costumavam caracterizar o sistema político conhecido como coronelismo.

Numa cidade onde o mandatário é na verdade um emblemático no papel que poderíamos chamar de ‘capanga’ (referindo-me ao primeiro parágrafo deste texto), o povo vive infelizmente, de reminiscências não muito agradáveis, onde o desenvolvimento político e econômico foi propositadamente e incompetentemente estagnado, cerceado e abortado, num verdadeiro imbróglio administrativo. No caso específico de Jacobina, qualquer semelhança pode ser uma mera coincidência. Voltando ao texto do professor Marlon, em um dos trechos sobre o tema principal, ele cita que: “...Uma característica marcante do fenômeno coronelístico tem como base também o patrocínio do grande chefe local de todas as custas eleitorais, portanto quanto maior sendo as posses do coronel, maior chance ele terá no pleito.

(...) Ficando ainda na mão dele, por meio de seus afilhados, toda a máquina municipal, que frequentemente era usada para custear gastos com as verdadeiras batalhas políticas, onde era utilizado desde dinheiro, até a mão-de-obra municipal, por meio desta ocorrência o coronel conseguia manter-se no comando do município por muito tempo e com ele todos os seus agregados. O que imperava realmente sobre qualquer outra coisa era a fidelidade partidária e para tanto o chefe local dispunha de critérios, muita das vezes ilícitos para assegurar a seus correligionários um bom cargo na administração municipal.” (http://www.webartigos.com/articles/3268/1/Coronelismo-Ecos-Da-Republica-Velha-Na-Politica-Atual-Do-Brasil/pagina1.html#ixzz1QgSSMFS9 ).

Agora, mais de 20 anos depois, lembro de um dos bordões do amigo e saudoso Amado Honorato de Oliveira, um dos pioneiros e melhores profissionais da comunicação jacobinense, no programa matinal Sertão Caboclo da Rádio Jacobina FM, onde ele dizia: “ACORDA JACOBINA” !

Por Gervásio Lima, Jornalista Jacobinense e Colaborador do Blog XiqueSampa .
 
FONTE : XIQUESAMPA .

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