03/09/2020

XIQUE-XIQUE SOFREU UM TERREMOTO DE 4,7º NA ESCALA RICHTER EM 1905.

Há mais de 100 anos a Bahia registrou o  mais forte tremor de terra já visto até hoje! De acordo com os registros, o terremoto mais forte aconteceu em 1905. Os registros mostram um intenso tremor de terra, de magnitude de 4.7º na escala richter que atingiu o município de Xique-Xique no norte baiano e no mesmo ano a cidade de Senhor do Bonfim, no norte da Bahia registrou o maior tremor de terra de 4,8º, esse dois terremotos considerados de media complexidade. Em 1911 a cidade de Itaparica sofreu um abalo sísmico de 4,4º. Em 1915 um terremoto de 4,0º fez tremer a cidade de São Francisco do Conde, nesse mesmo ano a cidade de Buritirama no oeste baiano sofreu um terremoto de 3,9º. Já em 1917 um terremoto de 4,3º atingiu a cidade de Rio Fundo e em 1919 novamente a cidade de São Francisco do Conde registrou um abalo sísmico de 4,2º

Na madrugada e na manhã de 30 de agosto deste ano um terremoto de magnitude 4.6 na escala richter – cuja variação vai de 0 a 9 atingiu cidades no recôncavo baiano e no vale do jiquiriçá, causando transtornos. Os dois últimos foram registrados na madrugada do último domingo (30), mais precisamente às 3h31 e às 6h36 hs, respectivamente, também com epicentro, assim como os demais fenômenos, na cidade de Amargosa, distante 235 km de Salvador, mas também sentido em municípios próximos. De acordo com o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), um dos principais do país que estuda sobre o assunto, os tremores de terra tiveram magnitudes de 2.0 (o primeiro) e 2.4 (o segundo). Desde sábado, a Universidade já detectou mais de 15 casos de tremores de terra. Estes se juntam aos mais de 200 eventos sísmicos que já aconteceram em todo o estado e que foram catalogados pelo blog “Museu Geológico da Bahia”, pertencente ao geólogo Rubens Antônio da Silva Filho. A página utilizou como fontes, além de jornais, publicações de especialistas a exemplo do engenheiro e geógrafo baiano, Teodoro Sampaio, que já foi membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)

Efeitos: De acordo com especialistas, os efeitos dos terremotos podem ser relacionados com a Escala Richter da seguinte forma: 

Até 1.9: eventos detectados somente por sismógrafos, ocorrem diversas vezes durante o dia, isso se deve a movimentação constante da crosta terrestre. De 2.0 a 2.9: são tremores sentidos por poucas pessoas e acontecem em média 800 mil vezes durante o ano.

De 3.0 a 3.9: nesse estágio o terremoto já é sentido pela maioria das pessoas e tem uma frequência média de 20 mil por ano. De 4.0 a 4.9: já temos danos físicos a edifícios nesse estágio, principalmente a vidros e vidraças. São medidos aproximadamente 2.800 por ano.

De acordo com o geofísico Bruno Collaço, professor do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), “réplicas” do primeiro terremoto (de magnitude 4.6) podem continuar pelos próximos dias. “Quando acontece um tremor um pouco mais forte, como foi o caso desse na Bahia, podem acontecer réplicas, que é o que está acontecendo, e pode continuar por dias, quem sabe até semanas”, disse à CNN Brasil. Ainda segundo o especialista, por pelo menos duas vezes por ano tremores de magnitude 4 acontecem no Brasil e pode ocorrer em qualquer parte do país. Por outro lado, ele acrescentou que é preciso ficar alerta caso os fenômenos voltem a atingir essa intensidade, devido aos riscos a casas e imóveis com construções mais precárias.

FONTE: XIQUESAMPA E TRIBUNA DA BAHIA.





Registro histórico de sismos no Brasil

O primeiro registro de terremoto no Brasil data de 1724 na cidade de Salvador, Bahia. A partir de meados do século 19, vários pesquisadores começaram a registrar outros eventos sísmicos, principalmente no Nordeste. Outros sismos que chamaram a atenção dos cientistas foram os de 1808 em Açu, no Rio Grande do Norte; e o de 1811 sentido em Recife, Olinda e várias outras cidades do agreste pernambucano. O relatório desse último chegou em 1860 ao Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico, pelas mãos do próprio imperador, D. Pedro II.

Ainda em 1910, com um trabalho intitulado “Terremotos no Brasil”, John Casper Branner (geólogo americano que trabalhou muitos anos em nosso país) já havia chamado à atenção para o fato de que, embora raros, terremotos ocorrem no Brasil. Branner finalizou: “É bastante provável que, com o aumento natural da população e o aumento das facilidades de comunicação, a frequência dos terremotos pareça aumentar um pouco no futuro, mas tal aumento será mais aparente do que real”. De fato, a nossa capacidade atual de registrar eventos através da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) aumentou bastante. Há quase 100 estações sismográficas transmitindo dados online ao data center do Observatório Nacional, Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Em 1912, Branner volta a publicar um artigo citando vários sismos ocorridos no sertão do Ceará e da Bahia. Em fevereiro de 1903, cinco eventos sísmicos ocorreram na cidade de Baturité, região serrana do Estado do Ceará. Dentre os que ocorreram em território baiano, destacam-se os de 1904 e 1905 que atingiram respectivamente as cidades de Senhor do Bonfim e Xique Xique.

Muitos sismos que atingiram a Bahia foram catalogados pelo pesquisador baiano Theodoro Sampaio. Dentre eles, destacam-se os tremores em cidades do recôncavo baiano, principalmente os que ocorreram no dia seis de novembro de 1915, atingindo as cidades de Saubara, São Francisco do Conde, Itaparica e Santo Amaro.

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