17/05/2021

ILHA DA CHAMPRONA, COMUNIDADE QUILOMBOLA EM XIQUE-XIQUE!














A comunidade da Ilha da Champrona em Xique-Xique, já é reconhecida pela Fundação Palmares como uma comunidade Quilombola.  Ilha da Champrona depois de muitas lutas e resistência contra a escravidão e as tristes heranças deste passado histórico, fazem os remanescentes quilombolas do local se auto reconhecerem como descendentes de negros que vieram da África e foram terrivelmente escravizadas no Brasil. As histórias narradas pelos moradores mais antigos da comunidade adquirem sentido quando comparadas a história dos africanos no Brasil. Cultura essa expressada pelos mitos, lendas, contos populares, samba de roda, reizados, são gonçalo, capoeira, benzedeiras, parteiras, lavadeiras, nos festejos de santos populares e tantas outras manifestações, costumes e lições de vida que embasam esse pedido de reconhecimento enquanto comunidade quilombola. No dia 12 de maio, deste ano, o prefeito Reinaldinho esteve em Brasília acompanhado do presidente da câmara de vereadores Nino Meira e do Secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social Mirlan Oliveira onde visitaram a fundação cultural dos palmares e tentam viabilizar o reconhecimento das comunidades Pestana e Utinga como quilombolas. Na administração de Reinaldinho as comunidades de Champrona e Vicentes tiveram esse reconhecimento. Esse reconhecimento é fundamental para que o governo federal possa ajudar a levar mais serviços a essas comunidades.

Casa de Farinha, uma tradição Quilombola: A gente já vem com este ‘bucado’ de ano que já vem do meu pai, que já trouxe de lá esta casa de farinha [tradição] e foi a coisa que ele mais me pediu, pra não deixar essa casa de farinha acabar essa tradição acabar.  ‘Manele e já tô com 77 e poucos anos, eu sei que não vou ficar aqui, vou ter que me separar de vocês, não deixe essa casa de farinha cair, ela é criar meus netos é o lugar[2] dos meus netos.’ Ele queria deixar uma tradição para os meus netos verem e para os netos dele vê. Ela tá aqui de taipa, tô pedindo a Deus para ano que vem colocar uns calços nela aqui, porque ela não tá boa.”, disse Manuel Chumbada de 71 anos ao Blog Cultura Xique-Xique da professora Marki Oliveira, em Dezembro de 2017.

Mestres da cultura popular, os chamados "GRIÔS": Os griôs – pessoas que têm o ofício de guardar e ensinar a memória cultural da comunidade. Estes ajudam a compreender a história da comunidade, isto é, através das tradições orais, das histórias preservadas por mais de um século são como cacimbas de ensinamentos, pelas quais conseguimos entender a necessidade do reconhecimento.

Por Marki Oliveira, graduada em Letras pela Universidade do Estado da Bahia _UNEB – 2007, Pós-graduada em Estudos Linguísticos e Literários pela mesma Universidade, 2009.

Fotos: Marki Oliveira, 

FONTE: XIQUESAMPA E BLOG CULTURA XIQUE-XIQUE.

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