26/08/2021

GENTIO DO OURO: ITAJUBAQUARA NA HISTÓRIA POR CÉLITO REGMANDES.

Segundo o professor e blogueiro Célito Regmendes em publicação no dia 26 de setembro de 2010, o distrito de Itajubaquara (Caldeirão do Ouro) no município de Gentio do Ouro, teve início quando um provável garimpeiro de nome Miguel Alves Bessa tirou a sorte grande nos garimpos de Brotas. E assim comprou em dezembro de 1825 o Sítio Caldeirões na mão dos representantes do Conde da Ponte que eram donos de quase metade de terras na da bahia na época). Por volta de 1810, Miguel se casou com Maria Rocha do Nascimento (Irmã de Francisca Rocha e esposa de Venceslau Machado que fundou a então cidade de Uibaí), tendo vários filhos com ela que tudo indica era "mestiça"  de sangue africano e luso. Uma das filhas do casal chamada Francisca Lucinda Rocha se casou com Francisco Cunha e Silva, um rapaz nascido entre 1805 e 1807, filho de um garimpeiro que veio da cidade de Formiga em Minas Gerais. Ele se chamava João Cunha e Silva, esse rapaz também conseguiu tirar a sorte grande nas terras auríferas do Assuruá e investiu em terras, gado e escravos. Em 1819, João Cunha e Silva comprou aos representantes do Conde da Ponte o Sítio Cotovelo, que fica bem perto de Itajubaquara. No século XIX chegou o aventureiro português Domingos Carvalho dos Santos, que era uma das figuras mais históricas e marcantes de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique (Atual cidade de Xique-Xique). Domingos ganhou muito dinheiro e consequentemente a mão de uma das filhas de João Cunha que se chamava Esméria. Houve então uma forte mistura endogâmica entre os "Bessas", "Cunhas", "Carvalhos", "Rochas", "Os Alves de Almeida", "Alves Pereira", "Gomes Lima", "Oliveira" e demais famílias antigas no Assuruá. 

Foram acontecendo muitas misturas de raça, sobre tudo com índias tapuias que habitavam o Assuruá, principalmente na época que os brancos e gringos chegaram nessa região. Assim como, houve forte mistura com negras escravizadas, entre elas, duas figuras chamou muito a atenção, a da escrava "branca" Bertolina (isso mesmo, havia devido a forte mistura, escravos que por terem avós e pais brancos herdavam suas características genéticas) que pertencia a Domingos Carvalho Santos (Bertolina é avó de dona Ínácia de Jorge Bessa moradora em Itajubaquara e de Josué Cardoso, um comerciante em Xique-Xique), além de Chico Kaeu, um africano natural da área nigeria-níger, terra do povo haussá. Chico também foi escravo do português Domingos e depois de sua filha tramou a morte do marido dela, outro português chamado Antunin Maroto (Antonio Costa Ribeiro, bisavô de Zelita de Linde da Veredinha e do velho Enéas, pai de Tonhim de Enéas, do saudoso Anibal  de Itajubaquara, pai de Hélder, Anibal Junior e Abgail Bessa). Chico Kaeu a mando da sua senhora matou o "Maroto Canguin" junto com o Angolano Paulo um filho dele de apenas 12 anos. Crime fartamente documentado na APEB (Arquivo Público) e vivo na memoria dos mais velhos da família "Ribeiro", que inclusive guarda a frase do garoto na hora de ordenar Chico ou Paulo a dar a machadada na cabeça do pai:- "Bate com força pois cabeça de maroto é dura". Chico Kaeu foi marido da Nagô (Povo de origem Nigeriana, hoje chamado Vorubá). Rosa Kaeu, avós de João Kaeu do povoado de Pacheco em Gentio do Ouro, tem vários descendentes, "Alves da Silva" e inclusive viveram em vários lugares da microrregião de Irecê, como no povoado de Calderão de Quincão de Uibaí, como o povo de Abdias Costa e suas irmãs.

Por Célito Regmendes.

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