01/03/2023

ODATA FECHA PARCERIA PARA PARTICIPAÇÃO NO PARQUE EÓLICO ASSURUÁ 4.

O grupo brasileiro de datacenters Odata adquiriu uma participação minoritária no parque eólico de Assuruá IV, de 212 MW, da Omega Energia. Localizado no município baiano de Xique-Xique, a aquisição visa o fornecimento de energia renovável para seus datacenters, apurou a BNamericas. Com o investimento, a Odata pretende se tornar a primeira hiperescaladora de datacenter da América Latina a ter 100% do consumo de energia de seus sites proveniente da participação direta em projetos de energia renovável. Outros grupos de datacenter também têm acordos de fornecimento de energia renovável para suas instalações, mas sem investimento direto no capital social das empresas de energia. “Provavelmente seremos uma das primeiras empresas de datacenter do planeta a realmente gerar sua própria energia limpa. Estamos nos tornando autogeradores de energia”, afirmou o CEO da Odata, Ricardo Alário, à BNamericas em entrevista recente, sem detalhar o projeto.

A Odata não divulgou a participação exata comprada nem quanto pagou por ela. Também não especificou quanto da energia produzida em Assurá IV será efetivamente destinada ao uso próprio. A empresa projeta que conseguirá deixar de emitir aproximadamente 125 mil toneladas de CO₂ na atmosfera até 2035 com o fornecimento oriundo de Assuruá. “Nosso compromisso com ESG vem de longa data, e agora damos mais um passo ao assinar este acordo de consumo de energia renovável, por meio de uma parceria em um parque eólico da Omega Energia”, disse Alário à BNamericas. A Odata, adquirida recentemente pelo grupo norte-americano Aligned Data Centers, está presente em quatro países da América Latina. Atualmente, a empresa possui três datacenters em operação no Brasil, um na Colômbia, um no México e outro no Chile, além de mais quatro sites em construção nesses países. Seus sites operacionais têm cerca de 460 MW de capacidade. “Considerando nosso forte crescimento e alta demanda por energia, é importante para nós nos aliarmos a grandes parceiros com expertises específicas para oferecer soluções sustentáveis aos nossos clientes. Temos o prazer de fazer parceria com a Omega neste projeto”, acrescentou Alário. Carolina Maestri, diretora de ESG da Odata, explicou à BNamericas que uma estratégia focada em eficiência energética e energia renovável “são diferenciais em nosso setor e essenciais para nossa sociedade”.

“Com o aumento da digitalização e das mudanças climáticas, é essencial ter fontes de energia de carbono zero, e a energia eólica se torna uma das melhores opções para atingir nossas metas ESG, contribuindo com a luta contra as mudanças climáticas e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, disse ela. Antes desse acordo, entre 85% e 90% da energia que a Odata usava em suas operações era renovável, seja por meio de PPAs ou certificados verdes, de acordo com Alário. Os investimentos em energia renovável da Odata foram um fator que a Aligned Data Centers considerou ao avaliar sua aquisição. “Passando por esse processo, e quando vimos o que a equipe da Odata estava fazendo com a autogeração… não conhecemos ninguém que esteja fazendo algo assim, nem mesmo nos EUA”, declarou Andrew Schapp, CEO da Aligned Data Centers, à BNamericas em dezembro. O fechamento desta transação ainda está sujeito às aprovações habituais, incluindo, entre outras, a liberação do Cade. A empresa solicitou a aprovação em 15 de fevereiro.

PEGADA CRESCENTE:

A Omega anunciou em março de 2022 um acordo vinculante para assumir o controle total do complexo eólico Assuruá, por um valor estimado de R$ 262 milhões (US$ 50,4 mi). Com o negócio, a empresa adquiriu os projetos eólicos Assuruá IV e Assuruá V, de 244 MW, bem como os direitos sobre algumas expansões eólicas e solares que adicionariam 618 MW de capacidade ao complexo. Na ocasião, a Omega mencionou que o complexo estava programado para entrar em operação plena em 2023 e que Assuruá IV e V contribuiriam com cerca de R$ 380 milhões para o lucro anual antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

A Omega Energia também estimou que o complexo de Assuruá pode chegar perto de 1.500 MW de capacidade instalada nos próximos anos. Em dezembro, a Omega também anunciou a conclusão da aquisição de 50% de participação no complexo eólico Ventos da Bahia 3, de 182 MW, propriedade da EDF Renewables do Brasil. O parque eólico de 33 turbinas entrou em operação em julho de 2022. A Omega pagou R$ 423 milhões por este negócio, incluindo R$ 226 milhões em dívida líquida assumida por sua subsidiária Omega Geração. Considerando todos os seus ativos e o ramp-up dos parques existentes, a Omega Energia projeta 2023 geração entre 8,7 e 9,8 mil GW.

FONTE: INFOR CHANNEL.

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