Esta é a praça principal no povoado quilombola de Barreiros em Itaguaçu da Bahia na região norte do estado .
Apesar de todas as adversidades, os quilombolas da comunidade de Barreiros, povoado de Itaguaçu da Bahia, a 570 km de Salvador, tentam, por meio da cultura, manter ou resgatar as tradições de seus ancestrais. No Colégio Municipal Antônio Carlos Magalhães, os jovens constituíram grupos de reisado, dança e capoeira. Os ensaios acontecem todas as tardes. A falta de cobertura das políticas públicas é a regra. Para percorrer os 18km da BA-426 até a comunidade, é preciso pagar por um transporte coletivo alternativo, já que os moradores não são servidos por nenhuma linha de ônibus regular. Pra se deslocar até a sede em Itaguaçu, a passagem custa em média R$ 10. Até a cidade de Xique-Xique, custa R$ 25. ponto chamado. Um dos lugares mais conhecidos em Barreiros é a "Baixa dos Negros", era para onde os escravos refugiados se deslocavam ao fugirem da senzala. No tocante à religiosidade, pouca gente é fiel às manifestações afros, muitos deixaram de lado o candomblé e a umbanda por causa do estigma de ser considerado "coisa do diabo" e hoje professam outras religiões, como a católica e evangélica. Graças a uma iniciativa da Associação de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Quilombolas João Pereira Gomes, a comunidade passou a produzir bolos e biscoitos, além de outros produtos comestíveis, derivados da mandioca, num total de aproximadamente quatro toneladas por dia de mandioca beneficiada. Quase tudo que é produzido na comunidade é adquirido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Outra parte é distribuída entre a própria população carente. Na cozinha, localizada nos fundos da Associação, trabalham 11 mulheres das 6h da manhã às 14h. O esforço é compensado ao fim do dia.
Barreiros é um povoado quilombola, no município de Itaguaçu da Bahia formado basicamente por agricultores, que têm uma história em comum. Quase todos são descendentes de escravos que, no passado, trabalhavam nas fazendas da região. Os séculos passaram e a tradição de lavrar a terra permanece viva na comunidade. O principal produto agrícola da região é a mandioca, cultivada em quase todos os sítios. Somando Barreiros e algumas outras comunidades vizinhas, a área plantada fica em torno de 200 hectares. Além de plantar e colher a mandioca, as famílias da região sempre tiveram o costume de produzir farinha em mutirão. O problema é que, em um lugarejo tão pobre e distante, vender a produção sempre foi um problema. A falta de comprador criava um problema crônico: os agricultores produziam pouco, a casa de farinha funcionava em marcha lenta e as famílias passavam necessidades.
A realidade começou a mudar há mais de três anos, após a profissionalização da produção por meio de um projeto desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e também a compra, por parte da Conab, através do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). "Dentre outras coisas, a iniciativa tornou mais fácil o escoamento do que nós produzíamos", explica Marilza Pereira Gomes, presidente da Associação. Segundo a líder quilombola, os cursos abriram a mente das pessoas para questões como acesso ao mercado e à própria manipulação dos alimentos". Biscoito, bolacha de goma, bolo de tapioca cozida, pudim e sorvete são apenas alguns dos cerca de 30 itens produzidos pela comunidade.
A realidade começou a mudar há mais de três anos, após a profissionalização da produção por meio de um projeto desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e também a compra, por parte da Conab, através do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). "Dentre outras coisas, a iniciativa tornou mais fácil o escoamento do que nós produzíamos", explica Marilza Pereira Gomes, presidente da Associação. Segundo a líder quilombola, os cursos abriram a mente das pessoas para questões como acesso ao mercado e à própria manipulação dos alimentos". Biscoito, bolacha de goma, bolo de tapioca cozida, pudim e sorvete são apenas alguns dos cerca de 30 itens produzidos pela comunidade.
FONTE: XIQUESAMPA .